Parkour
O Parkour foi criado
na França por David Belle, durante a década de 80. É uma atividade que consiste
em mover-se de um ponto a outro o mais rápido possível, usando sobretudo
as habilidades do corpo humano. Seu objetivo é buscar formas alternativas
de superar obstáculos de qualquer natureza (pedras, muros, escadas, galhos,
grades); logo, pode ser praticado tanto no cenário urbano como no rural.
De acordo com David Belle, o espírito no parkour é
guiado pela vontade do praticante de superar obstáculos no seu caminho,
imaginando-se numa situação de emergência, em que é preciso fugir
rapidamente.
É um
esporte que exige muito preparo físico e muita concentração, visto que um
mínimo "erro de cálculos" pode causar sérios danos.
Deriva
A deriva estuda as ações do ambiente urbano nas
condições psíquicas e emocionais das pessoas. Partindo de um lugar qualquer e
comum, a pessoa ou grupo que se lança à deriva deve rumar deixando que o meio
urbano crie seus próprios caminhos, de preferência elaborando um mapa de seu
percurso com anotações que irão indicar quais as motivações que levaram a tal
caminho. É pensar: por qual motivo viramos à direita e não seguimos em linha
reta; por que paramos em tal praça e não em outra; quais as condições que nos
levaram a descansar na margem esquerda e não na direita; ou seja, pensar que
determinadas zonas psíquicas nos conduzem e nos trazem sentimentos agradáveis
ou não. Esse procedimento tem a finalidade de transformar o urbanismo e a
arquitetura, na medida em que proporciona um espaço onde todos são agentes
construtores e a cidade é o resultado.
Um
dos maiores entusiastas e estudiosos da deriva foi Guy Debord. Esse autor
formulou o início da Teoria da Deriva, em 1958, e publicou na Revista
Internacional Situacionista. Desde então, estudiosos, acadêmicos e outros
grupos variados experimentam esse procedimento com interesses que vão desde
simples estudos de uma cidade até a elaboração de dissertações e teses.
Por fim, deve-se levar em conta que o meio urbano é
um potencializador da situação de exploração vivida. Sendo assim torna-se necessário
inverter esta perspectiva, tornando a cidade um espaço para a libertação do ser
humano.
Flaneur
A palavra vem
do verbo "flâner", em francês, que significa "passear". Mas
Charles Baudelaire desenvolveu um significado derivado para essa palavra, que é
"uma pessoa que caminha pela cidade a fim de experimentá-la".
O flâneur é o
ser que observa o mundo que o cerca de maneira real e descritiva, levando vida
a cada lugar que vê. Ele descreve as cidades, as ruas, os becos, o externo.
Desvincula-se do particular, recrimina o privado, de forma a ver a rua como um
lar, refúgio e abrigo. Este sentimento "flaneuriano" reflete a
necessidade de segurança do indivíduo, a necessidade de identificação dele para
com sociedade. A rua é seu lar, seu mundo. Ali nada é estranho ou prejudicial.
Na rua se sente confortável e protegido.
Walter Benjamin, do seu ponto de vista marxista, descreve o flâneur como
um produto da vida moderna e da Revolução Industrial sem precedentes, um
paralelo com o advento do turismo. Benjamin tornou-se seu próprio exemplo,
fazendo observações sociais e estéticas durante longas caminhadas pelas ruas de
Paris.
"O flâneur é um fotógrafo. Porém além de imagens, ele registra ideias,
sentimentos e atitudes. Descreve tudo com perfeição e carinho. Ama o mundo
exterior e dele faz seu ideal profissional e emocional."
Flash Mob
Flash
Mob, abreviação de Flash Mobilization (mobilização
instantânea/rápida), trata-se de uma repentina aglomeração de pessoas num
espaço público para executar uma ação inusitada previamente combinada -
geralmente por e-mails ou outro meios de comunicação social. Para dar um efeito
interessante, a multidão se desfaz na mesma rapidez em que foi formada.
Embora
seja considerado como o primeiro flash mob um feito em 2003,
que reuniu cerca de 100 pessoas em volta de um tapete específico numa loja em
Manhattan, há quem use o termo flash mob de forma mais ampla, abrangendo as
manifestações políticas. Nesse sentido, a Revolução Francesa
apresentaria exemplos de flash
mob, como quando o povo tomou a Prisão de Bastilha e
invadiu o Palácio de Tulherias, fazendo a família real de refém, para
pressionar a burguesia.
No mundo
inteiro, flash mobs vêm ganhando cada vez mais aspectos políticos e não apenas para
mudar a rotina ou modificar o meio urbano. Na Rússia, por exemplo, um grupo de
pessoas se reuniu ao redor de um caixão e
deram-se as mãos em luto formando um quadrado, declarando a “morte da
democracia" em 2003. Nesse
país, como há forte repressão aos protestos, flash mobs são
movimentos cada vez mais aceitos por serem facilmente organizados e atraírem
muitas pessoas, que depois se dispersam rapidamente - fato que , por muitas
vezes, dificulta a ação da polícia.